terça-feira, 10 de janeiro de 2012

NOVIDADE - Vem, tem cultura!


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Coisa boa é novidade! Pois bem, o blog acaba de ganhar mais um colaborador. Eita blog sortudo, estava realmente precisando de um 'tchan' a mais! José Rivaldo Soares, estudante de jornalismo e também de letras, irá abordar os mais diversos temas sobre CULTURA! Seja super bem vindo e vamos apreciar o primeiro 'Vem, tem cultura!'.
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Oi, pessoal, as meninas do blog me disseram que eu poderia contribuir de alguma forma com o blog e que o espaço estaria disponível para isso. Pensei em várias coisas que gosto: cinema, música, literatura, seriados; pois, de moda eu não entendo nada! 

A literatura é uma das minhas artes favoritas, a capacidade de transformar sentimentos em palavras é algo fascinante. Meu gosto por ela, talvez, remote à infância. Tenho lembranças de menino, nas quais vejo minha mãe, tias e primas lendo os antigos romances de banca de revista: Sabrina, Luana, e tantos outros com nome de mulheres que narram suas histórias de amores e ilusões amorosas.

Pensando nisso e na popularização de e-books, tive a ideia de dicas de leitura. Como o blog sugere: “Vem tem dica...”, literatura seria algo interessante. Dar sugestões mensais de um livro que li ou que esteja lendo. Semanalmente o tempo, infelizmente, não me permite. 

A proposta não é nenhum resumo chato para o vestibular. Mas apresentar enredos, conflitos para que vocês se interessem, ou não, pela leitura. Para a primeira dica escolhi um livro de poesias. Sim, em época de “Ai, se eu te pego”, eu ainda gosto de poesias. 

Meu queridinho, Fernando Pessoa, foi o escolhido da vez. Ele com sua capacidade de “outrar-se” criou vários heterônimos. Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares, são os mais conhecidos. Selecionei um livro do Alberto Caeiro, intitulado o Guardador de Rebanhos. 

O termo Guardador de Rebanhos ilustra bem o conteúdo dos poemas. Neles encontramos reflexões do poeta acerca do ser cristão, do existir. Em todos poemas encontraremos valores cristãos, em alguns mais explícitos que em outros. Neles, Fernando Pessoa, também nega a existência divina e contrapõe dizendo Deus ser a natureza. Em um, narra um sonho com Jesus.

Ler Fernando Pessoa racionalmente é uma tarefa difícil, ele nos envolve de tal forma que, em determinado momento, não o lemos; mas, é ele quem nos lê. Conhecedor da alma humana, apreciar Fernando Pessoa é um convite ao descobrimento de nossa própria essência.
Deixo um poema do livro que me “lê” como humano.

II - O Meu Olhar
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Para quem aprecia a leitura impressa e quiser comprar o livro, na Saraiva  custa R$20, e para os mais antenados, tem a opção de download gratuito no domínio público.





José Rivaldo Soares



2 comentários:

Rebecca Nascimento disse...

Só estava faltando isso no blog... Como apaixonada por literatura que sou, FIQUEI FÃ DO POST! 'A mais bela arte é a arte das palavras...'

Anônimo disse...

Pára tudo que esse blog também é cultura! Muito bom! =]